quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MMA


O time do Palmeiras é o retrato fiel de como andam as coisas no futebol. A pressão pelo resultados tem deixado a sociedade da bola acima do tom. Qualquer comentário vira um tsunami. Uma provocação, por mais idiota e tola que seja, é pavio curto para a pancadaria recrudescer. Todos cobram todos. Quase ninguém segura a responsabilidade. Raros são aqueles que assumem a culpa. E a hipocrisia está espalhada por todos os cantos.
Que o diga Henry, personagem principal de um dos gols de mão mais descarados da história, mas que jurou, diante de um atônito e indignado repórter irlandês, que não cometera a penalidade. Mas voltemos a insensatez palmeirense.
Contra o Grêmio, mesmo pressionado, o Palmeiras fazia uma partida regular. Equilibrada. Nada demais, mas havia uma disputa, um jogo, uma igualdade. Aí veio o gol de Rafael Marques no fim do primeiro tempo. E, a reboque da vantagem gremista, uma das cenas mais patéticas e constrangedoras de 2009.
Obina e Maurício, colegas de equipe verde, brigaram em campo. “Briga de mão”, como a macholândia costuma vociferar por aí.
Uma vergonha. A pressão por resultados, pela queda na tabela e pela perda do título desmancharam os nervos de alguns jogadores. Diria que da maioria. Obina e Maurício, “demitidos” em pleno vestiário pela diretoria e expulsos de campo por Heber Roberto Lopes, são o espelho desse descarrilhamento palmeirense.

E naquele momento, ao soar o gongo do ultimate-fight em pleno Olímpico, o Palmeiras estava fora do Campeonato Brasileiro. Com 9 jogadores, tomou mais um gol no segundo tempo (Maxi Lopez) e jogou como se estivesse em transe. Totalmente desorientado.
Com todo respeito, o Palmeiras perdeu para ele mesmo esse Campeonato Brasileiro. Mesmo com a subida de Flamengo e São Paulo, a vantagem verde era muito grande para se perder dessa maneira, com o risco claríssimo de ficar até sem a Libertadores em 2010.
Cabeça-quente atrapalha demais. O Palmeiras não soube lidar com a pressão. Sua diretoria perdeu a cabeça na hora errada. E só aumentou o pandemônio dentro de campo. “Demitir” os dois jogadores em pleno vestiário é outro exagero.
Não se faz isso. Maurício é um garoto. Tem muito a aprender. Obina tem boa índole. Foi derrubado pelos nervos. Não se resolve um problema desse tamanho com uma simples canetada.

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